Controle de Processos

Insira seu usuário e senha para acesso ao software jurídico
Usuário
Senha

Notícias

Newsletter

Nome:
Email:

Congresso de Oratória da OAB SP traz dicas e técnicas para melhorar o poder de convencimento

Evento foi realizado no auditório da Ordem paulista com especialistas no assunto Para ajudar advogados e advogadas a trabalharem melhor a técnica do convencimento, a Comissão de Empreendedorismo Legal da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) promoveu o I Congresso de Oratória em seu auditório nesta sexta-feira (26). Especialistas renomados no assunto falaram sobre a importância da boa comunicação em júris e audiências, as técnicas de persuasão e a gestão de emoções.  Sica falou da importância da oratória O vice-presidente da OAB SP, Leonardo Sica, abordou o tema “Oralidade no Tribunal do Júri”. Em seu discurso, Sica alertou que, quando o profissional da advocacia se comunica, ele precisa ficar atento a duas coisas: “para quê?” e “com quem?”. “Para convencer alguém de alguma coisa, seja cliente ou juiz, é necessário ter uma comunicação persuasiva. Se eu vou falar com grego, preciso falar em grego e não em russo. Conhecer o público-alvo é fundamental na oratória”, explicou.  Sica lembrou que no Tribunal estão juízes e advogados que têm pouco tempo para prestar atenção no discurso a ser apresentado. “É necessário gerar uma conexão com o meu ouvinte e para isso é preciso usar algumas técnicas como a fala, a expressão facial e os gestos. Estudos apontam que muitas vezes os gestos e a expressão são mais significativos que a fala”, lembrou Sica.  O vice-presidente da OAB SP ainda pontuou quatro dicas de oratória para o advogado se atentar: o ritmo da fala, o tom da voz, as pausas e o olhar. “Quem fala rápido demais, acaba se perdendo no que quer transmitir. Quem grita, geralmente, repele a pessoa que está escutando. A pausa, muitas vezes, chama a atenção de quem está disperso, e, o olhar faz com que a pessoa entenda que você está falando com ela”.  O autor do livro “Oratória para Advogados”, Reinaldo Polito, foi outro palestrante do Congresso. Ele explicou que nunca se deve começar um discurso pedindo desculpas ou chamando atenção para um problema físico. “O ideal é sempre começar com uma frase de impacto. Os ouvintes são egoístas e interesseiros. Eles sempre vão prestar atenção se tiverem vantagem no que está sendo dito. Então, sempre levem uma mensagem que traga um ‘lucro’ para eles”, destacou.  O tema “Sustentação Oral nos Tribunais Superiores” foi apresentado pelo doutor em Direito Penal e Conselheiro Federal pela OAB SP, Alberto Zacharias Toron. Ele ressaltou que o discurso no Tribunal sempre deve ser direcionado. “É preciso ter um linguajar específico e uma postura diferente. Temos que nos referir ao senhor presidente e aos ministros como Excelentíssimo Senhor”. O nervosismo, segundo Toron, é natural, por isso é bom sempre levar um roteiro. “O ideal é se preparar bem e não utilizar a cola. Mas, caso haja um branco, você sabe por onde recomeçar”.  “O medo de falar em público” foi o tema abordado pela advogada Ticiana Area Leão. A advogada apresentou uma pesquisa que aponta que o medo de falar em público é muitas vezes maior que o medo da morte. “Isso é mais comum do que se imagina. Por isso, se você aprendeu algo, coloque em prática. Treine com seus familiares, com o celular ou em frente ao espelho. Com o tempo, você vai perdendo o medo, atribuindo as técnicas e se tornando cada vez melhor”, explicou.  Já o advogado criminalista André Vartuli falou sobre “Oratória e júri: desafios”. “Qualquer pessoa pode ser convencida de qualquer coisa, desde que você tenha um bom argumento”. O advogado lembrou que é necessário, ao falar com o júri, mostrar algo surpreendente, uma solução a qual não estão esperando. “Você sempre deve se destacar por ser diferente e pensar fora do óbvio”, argumentou Vartuli.  A presidente da Comissão de Coaching Jurídico e Oratória da OAB Guarujá, Rachel Arias, disse que é normal o ser humano se sabotar o tempo todo. “A autossabotagem faz parte de um grande número de pessoas. Outras pessoas acreditam mais na gente do que nós mesmos”.  Ela complementou que ninguém nasce sabendo e de início nada sai perfeito. “A perfeição vem com o treino e talvez demore um tempo para sair do jeito que você planejou. Mas, não desista”, finalizou.  Técnicas de persuasão, gestão das emoções e media training Já no período da tarde, o presidente da Comissão de Empreendedorismo Legal da OAB SP e Conselheiro Estadual, Nelson Kobayashi, abriu o painel “Técnicas de Persuasão”.  Ele lembrou que no Brasil os advogados acham que a escrita tem que ser melhor do que a oratória.  “A oratória tem que fazer sentido e ser tão bem argumentada quanto a escrita. Mas, um ponto primordial para ganhar o ouvinte, é criar um ponto de conexão com ele”. Ele explicou que esses pontos podem ser uma música que o ouvinte goste ou um lugar que frequente. “Quando se cria um ponto de identidade, é mais fácil convencer o seu ouvinte”, enfatizou Kobayashi. A “gestão das emoções na comunicação” foi o tema abordado pelo advogado e psicoterapeuta, Wilson Ricardo Ligiera. Ele contou sua história pessoal, que o levou para a advocacia. “Quando eu era criança, queria ser médico. Mas, ao assistir meu avô  ser acusado injustamente por um delegado, isso me motivou a ser advogado”.  Ligiera lembrou que o fato na infância lhe gerou traumas e travas, principalmente quando precisava falar com autoridades. “Hoje, consigo falar sem dificuldades, mas isso me demandou tempo e treino”, afirmou.   Já a jornalista e âncora do Jornal da Manhã da Jovem Pan, Livia Zanolini, falou sobre media training, que é a preparação para falar com a imprensa. A primeira dica é sempre saber para qual veículo, jornalista e público será destinada a entrevista. “O entrevistado tem que estar preparado para qualquer tipo de pergunta. Ele não deve ser rude nas respostas. Por isso, ele tem que estudar o público para falar do assunto de maneira objetiva e que seja de entendimento”.   Ser claro, seguro e descomplicar o assunto também foram outras dicas abordadas pela jornalista. “O contato visual com o entrevistador, a linguagem corporal e o domínio de voz passam a credibilidade sobre o que está sendo dito”, reforçou Zanolini. Ao final do evento, o advogado criminalista e tesoureiro da OAB SP, Alexandre de Sá Domingues, respondeu às questões da plateia sobre oratória.
26/04/2024 (00:00)
© 2024 Todos os direitos reservados - Certificado e desenvolvido pelo PROMAD - Programa Nacional de Modernização da Advocacia